Joaquim Rodrigo

Joaquim Rodrigo nasceu em 1912, em Lisboa.

Formou-se em Engenharia Agrónoma e iniciou a sua actividade de pintor apenas em 1950. A sua primeira fase, de cunho figurativo, evoluiu para um registo mais abstracto, inspirado em Matisse. Tendeu, progressivamente, para a geometrização. Até aos finais da década de 50, trabalhou o abstraccionismo geométrico, que lhe valeu o reconhecimento no «I Salão de Arte Abstracta», realizado na Galeria Março, em 1954.

No começo da década seguinte, superou o abstraccionismo, com a pintura “Vau II”, resolvendo a necessidade de narrativa. A partir daí, caminhou para uma neofiguração que relata acontecimentos marcantes da vida social e política portuguesa: o início da guerra colonial portuguesa, as perseguições estudantis em Lisboa, a morte de Lumumba, o assalto ao navio Santa Maria, entre outros. Na sua, narração o pintor recorre a mecanismos figurativos da banda desenhada, dos graffitti, da arte primitiva, da pintura aborígene e da pintura mural de Luanda.

Teve, em 1972, a sua primeira retrospectiva, onde lhe foi atribuído o prémio Soquil.

Foi, também, teórico da Arte; desenvolve alguns conceitos e ideias chaves que aplicou na sua pintura. Afirmou que a pintura obedece a leis universais, existindo, por conseguinte, um «pintar certo», que se relaciona com a verdade interna da composição. A sua teoria atingiu o seu culminar em O Complementarismo em Pintura, publicado no fim da década de 70, altura em que Rodrigo leccionou na Sociedade nacional de Belas Artes.

A partir desta altura, a sua obra ganhou um carácter mais intimista, mais pessoal, surgindo o conjunto de pinturas «diários de viagens» que se continuam, com algumas variações, até à década de 80. Em 1982, foi-lhe atribuído o prémio nacional da Crítica da Arte.

Faleceu em 1997.

Joaquim Rodrigo

Alluenda-Tordesilhas

Prémio AICA-MC, 1982

Óleo sobre platex

Oil on platex

885 mm x 1295 mm

1976

Fonte da imagem do artista: https://www.wikiart.org/pt/joaquim-rodrigo