José de Almada Negreiros
José de Almada Negreiros nasce em S. Tomé, a 7 de Abril de 1893. Desenvolve atividade como escritor, pintor, poeta, ensaísta, dramaturgo e romancista português ligado ao grupo modernista.
José de Almada Negreiros nasce em S. Tomé, a 7 de Abril de 1893.
Desenvolve actividade como escritor, pintor, poeta, ensaísta, dramaturgo e romancista português ligado ao grupo modernista. Filho de António Lobo de Almada Negreiros, um tenente de cavalaria administrador do Concelho de São Tomé, jornalista e fundador de diversos jornais. Uma parte da sua infância foi passada em São Tomé e Príncipe, terra natal da sua mãe, Elvira Sobral. Depois da morte da sua mãe, em 1896, veio viver para Portugal; nesta altura, em 1900, o seu pai é nomeado encarregado do Pavilhão das Colónias na Exposição Universal de Paris, deixando os filhos José e António, ao cuidado dos jesuítas no Colégio de Campolide. Em 1901, após a extinção do Colégio dos Jesuítas, entra para a Escola Internacional de Lisboa, após uma breve passagem pelo Liceu de Coimbra. Nesta escola, consegue um espaço, onde irá desenvolver o seu trabalho, publicando ainda nesse ano, o seu primeiro desenho na revista A Sátira e publica o jornal manuscrito A Paródia, onde é o único redactor e ilustrador.
Em 1913 apresenta na Escola Internacional de Lisboa, a sua primeira exposição individual composta de 90 desenhos; aqui trava conhecimento com Fernando Pessoa, com quem edita a Revista «Orpheu» juntamente com Mário de Sá Carneiro. Júlio Dantas, a maior figura da intelectualidade da época, afirma que a revista é feita por gente sem juízo. Irónico, mordaz, provocador mesmo, Almada responde com o Manifesto Anti-Dantas. O manifesto teve algum impacto no meio artístico; é tempo de mudar as mentalidades e a sociedade e Almada fá-lo como poucos, atacando a cultura burguesa instituída e os seus representantes ao mais alto nível.Em 1919 vai para Paris, onde exerce diversas actividades e escreve a Histoire du Portugal par coeur. Em Paris, fica apenas cerca de um ano e quando regressa, vai colaborar com António Ferro, tendo inclusivamente desenhado a capa do livro deste, Arte de Bem Morrer. Em 1927 volta a deixar Portugal, indo desta vez para Espanha, onde para além de colaborar com diversas revistas, Almada escreve El Uno, Tragédia de la Unidad, obra dedicada à pintora Sarah Afonso, com quem viria a casar em 1934, já após o seu regresso a Portugal. Em Portugal já vigora o Estado Novo e Almada começa a ser solicitado para colaborar com as grandes obras do estado. O Secretariado da Propaganda Nacional – SPN, encomenda-lhe o cartaz de apelo ao voto na nova constituição; o mesmo secretariado, irá organizar mais tarde a exposição Almada – Trinta Anos de Desenho, convidando-o para se apresentar na exposição Artistas Portugueses no Rio de Janeiro em 1942. O SPN viria ainda a atribuir a Amada Negreiros o Prémio Columbano pela sua tela intitulada Mulher. A partir daqui, Almada dedica-se principalmente ao desenho e à pintura: Pinta os vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, que o público, agarrado às tradições, não aprecia; pinta o conhecido retrato de Fernando Pessoa, os painéis das gares marítimas de Alcântara e da Rocha Conde de Óbidos, pelas quais recebe o Prémio Domingos Sequeira; pinta o Edifício da Águas Livres e frescos na Escola Patrício Prazeres; pinta as fachadas dos edifícios da Cidade Universitária e faz tapeçarias para o Tribunal de Contas e para o Palácio da Justiça de Aveiro, entre muitos outros. Os seus últimos trabalhos, já com 75 anos, são o Painel Começar na Fundação Calouste Gulbenkian e os frescos da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.
Almada Negreiros, morre em 14 de Junho de 1970, no Hospital de São Luís dos Franceses, em Lisboa.
Almada Negreiros
Sem Título
Tinta da China sobre papel
Chinese Ink on paper
270 mm x 194 mm
1951
Fonte da imagem do artista: https://www.publico.pt/2017/02/03/culturaipsilon/noticia/o-homem-que-quis-comer-todas-as-artes-1760305