Com o objetivo de melhorar os nossos serviços e a experiência de navegação, informamos que utilizamos cookies.
Aceitar
Recusar
Duas figuras pássaros II – 1986, Xilogravura;
NÚCLEO DE ARTE CONTEMPORÂNEA
DOAÇÃO JOSÉ-AUGUSTO FRANÇA
A quinquagésima exposição temporária do Núcleo de Arte Contemporânea é
consagrada à obra de Maria Gabriel.
Após quarenta e cinco exposições de obras de artistas representados no NAC, realizadas
trimestralmente, com toda a regularidade, na Galeria dos Paços do Concelho de Tomar,
de Fevereiro de 2000 a Abril de 2012, a nova galeria municipal NAC.2, no Edifício do
Turismo, passou a cumprir desde Maio de 2014 essa função para a qual está vocacionada
e cujo programa é definido pelo NAC.
As exposições anteriores mostraram sucessivamente obras de José de Guimarães, Fernando
de Azevedo, Eurico Gonçalves, Cristina Valadas, Manuel Amado, Bernardo Marques,
Fernando Lemos, Marcelino Vespeira, Ana Vidigal, Luís Dourdil, José Júlio, Eduardo Nery,
Carlos Calvet, Almada Negreiros, António Pedro, António Dacosta, Emília Nadal, Romy
Castro, Júlio dos Reis Pereira, Vasco Costa, Fala Mariam, Albertina Mântua, Júlio Resende,
Fernando Lanhas, João Cutileiro, Maria Lucília Moita, Pedro Soares, Costa Pinheiro, Manuel
Casimiro, José Aurélio, Gracinda Candeias, Nadir Afonso, Cruz-Filipe, Noronha da Costa,
Joaquim Rodrigo, Manuel Baptista, Armanda Passos, Jaime Silva e António Viana.
O Núcleo de Arte Contemporânea do Museu Municipal João de Castilho foi inaugurado
em 9 de Maio de 2004, num prédio da Rua Gil de Avô, com a colaboração do Instituto
Português de Museus.
Percursos
■ S/ Título (dois quadrados) – 1969, Calcografia
56x38cm;
■ Paisagem fragmentada – 1969, Xilogravura -
38x54,5cm;
■ O quadrado vermelho – 1970, Calcografia - 44x31cm;
■ Quadrado memória – 1970, Litografia - 76x56cm;
■ Quadrado memória - o fim da etapa – 1970, Litografia
51,7x60cm;
■ Quadrado memória II – 1970, Litografia - 56x38cm;
■ Quadrado memória III – 1971, Litografia - 54,5x38cm;
■ O apelo à paisagem – 1972, Xilogravura, 71x56cm;
■ Dedos Azuis – 1973, Xilogravura - 75,5x56cm;
■ Dedos com dói-dói – 1973, Xilogravura - 71x56cm;
■ Dedos castanhos – 1973, Xilogravura - 71x56cm;
■ Figas – 1973, Xilogravura - 75,5x55,8cm;
■ Amor com cabeça de burro – 1976, Litografia -
41,3x32,9cm;
■ Amor carregado de nuvens – 1976, Litografia -
64,7x50cm;
■ Amor Carregado de nuvens – 1976, Litografia (versão
laranja) - 37x26cm;
■ Sensor de estrelas para laboratório espacial – 1977,
Litografia – 41,3x32,5cm;
■ Roma – Amor – 1977, Litografia - 59,2x45,2cm;
■ Duas figuras e uma estrela-do-mar – 1984, Xilogravura,
60x40cm;
■ Duas figuras – 1984, Xilogravura - 50x64,5cm;
■ Duas figuras pássaros II – 1986, Xilogravura -
50,5x66cm;
■ Duas figuras pássaros – 1986, Xilogravura -
50,2x65,9cm (prémio de Gravura da Fundação Calouste
Gulbenkian);
■ Da série - o mar esse grande encantamento – 1989,
Xilogravura - 50x65,5cm;
■ O Anjo – 1991, Xilogravura + litogravura - 20x16,5cm;
■ As asas do desejo – 1992, Xilogravura + litogravura,
versão azul - 37,5x50cm;
■ As asas do desejo – 1992, Xilogravura + litogravura,
versão verde - 37,5x50cm;
■ As asas do desejo – 1992, Xilogravura + litogravura,
versão amarela - 37,5x50cm;
■ S/ Título – 1998, Xilogravura - 49,6x71cm (Edição do
Centro Português de Serigrafia);
■ S/ Título – 1998, Xilogravura - 49,5x71cm (Edição do
Centro Português de Serigrafia);
■ Cabeça dos bons pensamentos (para Brecht) – 2005,
Calcografia - 38x28cm;
■ Série Poetic Dreams - 2 personagens – 2014, Calcografia
- 74,5x35cm;
A ARTISTA E A OBRA
Maria Gabriel nasceu em Lisboa em 1937. Frequentou os cursos de Gravura na Cooperativa “Gravura” de 1967 a 1969.
Bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian para a especialização de Litografia na Hoschule Fr Bildende Kunst em Hamburgo (1973). É autora com Alice Jorge do livro “Técnicas de Gravura Artística” (1986). Ilustrou livros de Teolinda Gersão e Liberto Cruz e leccionou gravura artística. Participa em exposições colectivas desde 1963 e a primeira indivual data de 1968.
Últimas exposições individuais:
2014 – Uma vida ao encontro da Pintura (Museu Municipal de Vila Franca de Xira; 2013 – 40 Gravuras Memória (Museu de Arqueologia de Setúbal); 2008 – Variações (Galeria CiDiarte, Lisboa); 2003 – Personagens e Pássaros do Atelier da Artista (Galeria Y Grego, Lisboa); 2000 – Ritmos Campestres (Museu do Traje , Lisboa).
Últimas exposições colectivas:
2015 – L’Arte e Il Torchio /Art and the printing Press - Cremona-2015 – Italia; Global Print (Câmara Municipal de Alijó); 2013 – Global Print (Museus de Lamego, Douro, Salzedas e Teatro Municipal de Alijó); A Doce e Ácida Incisão (Museu do Neorealismo, Vila Franca de Xira); 2009 – 1/150 Gravar e Multiplicar (Gravuras da Colecção do CAM, Casa da Cerca, Almada; Blink- Gravuras da Colecção do CAM, Casa da Cultura Islâmica e Mediterrânica); 2005 – VIII Bienal de Artes Plásticas da Cidade do Montijo; 15 anos 15 artistas, Casa Garden, Macau; Colectiva, Galeria Corrente D’Arte, Lisboa; 2003 – 4.ª Edição do Prémio Amadeo de Souza Cardoso, Amarante; 2001 – 100 Anos 100 Artistas (S.N.B.A.); 2000 – Mote e Transfigurações, Lisboa; VII Bienal de Artes Plásticas da Cidade do Montijo; 3.ª Edição do Prémio Amadeo de Souza Cardoso, Amarante.
Prémios:
2009 – Medalha de Honra - Categoria Artes Plásticas, Sociedade Portuguesa de Autores.
2004 – Menção Honrosa na Exposição de Artes Plásticas - Santo Agostinho.
1999 – Prémio em Gravura 20 Anos da Cidade da Amadora.
1997 – Prémio da IV Bienal de Arte do Sabugal.
1990 – Prémio de Artes Plásticas – João Hogan (Voz do Operário, Lisboa); Prémio Carlos Botelho (Câmara Municipal de Lisboa.)
1986 – Prémio de Aquisição em gravura na III Exposição de Artes Plásticas Gulbenkian.
Maria Gabriel está representada em diversas colecções privadas e públicas em Portugal e no estrangeiro: Secretaria de Estado da Cultura, Caixa Geral de Depósitos, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação do Oriente, Instituto Português do Oriente, Núcleo de Arte Contemporânea, Tomar, Sécil, Lisboa.
Sobre a sua obra escreveram (entre outros ) Fernando do Azevedo, Rui Mário Gonçalves, Rocha de Sousa, José LuÍs Porfírio, Eurico Gonçalves, Ernesto de Sousa, Liberto Cruz, Teolinda Gersão,Teresa Balté, Madalena Brás Teixeira, Fernanda Fiadeiro, Fernando António Batista Pereira, Américo Silva, Madalena Patrício, Pedro Támen, Rogério Ribeiro, José Jorge Letria, Joaquina Soares e Cristina Azevedo Tavares.
Mais um produtor de pintura que vem da prática da gravura e cuja iniciação se processou mesmo através dessa prática. A pintura de Maria Gabriel parece-me uma organização de «quase objetos», numa linha que vem de um neofigurativismo que passou pela figuração narrativa. Esses quase objetos são quase sempre citações de criações já históricas, já clássicas, da pintura ocidental da primeira metade deste século. Ali encontramos Miró e Kandinsky integrados numa escrita muito pessoal, ordenada como se de um divertimento musical, rapsódia ou «pot-pourri» se tratasse, e é por isso que no texto de apresentação Fernando de Azevedo se refere ao circo, ou melhor, à memória do circo, «espaço elástico» e contraditório que neste caso é um pouco a memória involuntária da pintura ocidental deste século XX ordenada segundo a vontade, ou o capricho ou a memória de Maria Gabriel."
José Luís Porfírio, 1973.
Em MARIA GABRIEL – nada da ideia de que a xilogravura terá de ser algo de dramático, de doloroso. Serviu e muito para tal, sem dúvida, serviu e tem servido a diversíssimos expressionismos ao longo do seu exercício. Sem perder esse alcance, mas à distância com que a ironia e até o humor estão de satisfazer tais obrigações, a pintora personaliza uma técnica em que a figuração aparece de dentro dela, do seu traçar, colorida, irreverente, confundida num festival de máscaras.
Fernando de Azevedo, 2000.
À cor e às litografias geométricas ou caminheiras, é justo colar o alacre que se anuncia, pássaro, flor, jardim, uma paisagem, uma estrela-do-mar. Isto, através da poesia e desconstruído por mim, é dar a ver a sensibilidade de uma aparência. Aliás, o que de figurativo atravessa o imaginário de Maria Gabriel é o corpo de gente diversa e de sinais de encenações mais ou menos geométricas.
Há nisso sintomas de máscaras, da pegada transmontana na terra encrespada, horizontes marítimos, o mundo, as constelações, sonhos de uma aventura imanente, a constante procura dos passos na nostalgia e na esperança do amanhã, na manhã.
Dos quadrados memória onde as balizas contêm dispersão à Miró de figurinhas de brincar, se chega ao “apelo da paisagem” e ao quase riso na metamorfose do «amor com cabeça de burro». É a palavra a oferecer pistas a quem vê, os passos ainda na xilogravura onde pousam «duas figuras pássaros»."
Rocha de Sousa, 2013
Gosto (0)